As
identidades nacionais estão sendo “homogeneizadas”? A homogeneização cultural é
o grito angustiado daqueles/as que estão convencidos/a de que a globalização
ameaça solapar as identidades e a “unidade” das culturas nacionais. Entretanto,
como visão do futuro das identidades num mundo pós-moderno, este quadro, da
forma como é colocado, é muito simplista, exagerado e unilateral.
Pode-se
considerar, no mínimo, três qualificações
ou contratendências principais. A primeira vem do argumento de Kevin Robin e da
observação de que, ao lado da tendência em direção à homogeneização global, há
também uma fascinação com a diferença e
com a mercantilização da etnia e da “alteridade”. Há, juntamente com o impacto
do “global”, um novo interesse pelo “local”
A globalização (na forma da especialização
flexível e da estratégia de criação de “nichos” de mercado), na verdade,
explora a diferenciação local. Assim, ao invés de pensar no global como
“substituindo” o local seria mais acurado pensar numa nova articulação entre “o
global” e “o local.
Num mundo de fronteiras dissolvidas e de continuidade
rompidas, as velhas certezas e hierarquias da identidade britânica têm sido
postas em questão. Num país que é agora um repositório de culturas africanas e
asiáticas, o sentimento do que significa ser britânico nunca mais pode ter a
mesma velha confiança e certeza. O que significa ser europeu, num continente colorido
não apenas pelas culturas de suas antigas colônias, mas também pelas culturas
americanas e agora pelas japonesas? A categoria da identidade não é, ela
própria, problemática? É possível, de algum modo, em tempos globais, ter-se um
sentimento de identidade coerente e integral? A continuidade e a historicidade
da identidade são questionadas pela imediatez e pela intensidade das
confrontações culturais globais.
As identidades em um mundo global ficam sem o sentido direcionador de um centro pois surgem de uma diversidade, propostas e resultados de interligações e junções das raças e povos que se encontram em uma unidade de fronteiras e culturas. Mas mesmo assim se desfragmentam e suas verticalizações.