domingo, 15 de março de 2015

A ARISTOCRACIA ESTA SUPERANDO E INFILTRANDO NA DEMOCRACIA.

      Democracia é o que se almejou e lutou-se para ser conquistado, onde os direitos fossem valorizados e o povo tivesse oportunidades; mas na verdade o que temos é uma aristocracia, esta tem tomado conta dos sistemas e governos mundiais. Assim nesta postagem vou explorar a temática, sobre o que vem a ser uma aristocracia, para ser percebido o que é vivenciado na atualidade. 

        O que é aristocracia ? grosso modo, governo dos virtuosos. Em grego antigo, aretê é virtude (força), cracia é governo. Mas o que significa ter aretê? Se entendermos a palavra no seu sentido mais pleno, aristoi é aquele que fica de pé por si mesmo porque tem força interior ou caráter.
     Antes de tudo, a palavra significa que aristocrata é um membro do grupo dos melhores de uma cidade ou grupo social. O termo foi evidentemente usado para descrever sociedades hierarquizadas pelo nascimento ou herança de sangue familiar, ou pelo poder econômico ou patrimonial herdado. Mas a filosofia cedo criticou esse uso, apesar de também reconhecer que a linhagem de nascimento, assim como a de herança patrimonial, muitas vezes pode predispor alguém para ter mais virtudes pela “sorte” de ter nascido bem. Claro que você pode nascer pobre e melhorar, nascimento não é destino, mas é muito mais fácil dar certo na vida se você tiver sorte com a família e a classe social em que nasceu.
      Já em Platão e Aristóteles a questão dos “melhores” aparece de modo claro. Na República a escola deveria selecionar os melhores para cuidar da cidade, e Aristóteles no seu livro Ética a Nicômaco fala da “grande alma” como o homem mais virtuoso e capaz, a partir do qual os outros vivem, como se a abundância de “força” desse homem alimentasse toda a comunidade. O que fica claro em ambos é a percepção de que alguns poucos capazes são sempre responsáveis pelo mundo. A função da educação é exatamente identificar nos alunos suas diferenças e colocá-las a serviço da sociedade. Os melhores lideram, os médios e medíocres seguem. Qualquer professor sabe disso numa sala de aula. Uma das maiores besteiras em educação é dizer que todos os alunos são iguais em capacidade de produzir e receber conhecimento.
       A chamada ética das virtudes de Aristóteles pressupõe que a prática das virtudes é como tocar um instrumento musical: quanto mais se pratica, mais virtuoso se fica. A antipatia que esta forma de ética ganhou depois do século 18 (ainda que haja uma tendência contemporânea em recuperá-la) se deve à recusa da sensibilidade democrática em reconhecer que nem todos são capazes de desenvolver um caráter forte. A maioria tende à covardia e à fraqueza. Desculpar a falta de força de caráter da maioria se transformou em fato comum numa certa filosofia “revolucionária” depois da “politização” da ética na esteira de Rousseau e Marx ou da ideologização de tudo, como quando se culpa o capitalismo por tudo de mau no mundo.
    Basicamente, o mundo sempre foi mau e continuará a ser, porque ele é fruto do comportamento humano, que parece ter certos pressupostos naturais. Para os defensores do politicamente correto, tudo é justificado dizendo que você é pobre, gay, negro, índio, ou seja, algumas das vítimas sociais do mundo contemporâneo. Não se trata de dizer que não há sofrimento na história de tais grupos, mas sim dos exageros do politicamente correto em querer fazer deles os proprietários do monopólio do sofrimento e da capacidade de salvar o mundo. O mundo não tem salvação.

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