terça-feira, 8 de dezembro de 2015

AS IDENTIDADES E SUAS FORMAS NA VIDA GLOBAL

       As identidades nacionais estão sendo “homogeneizadas”? A homogeneização cultural é o grito angustiado daqueles/as que estão convencidos/a de que a globalização ameaça solapar as identidades e a “unidade” das culturas nacionais. Entretanto, como visão do futuro das identidades num mundo pós-moderno, este quadro, da forma como é colocado, é muito simplista, exagerado e unilateral.

                Pode-se considerar, no mínimo, três qualificações ou contratendências principais. A primeira vem do argumento de Kevin Robin e da observação de que, ao lado da tendência em direção à homogeneização global, há também uma fascinação com a diferença e com a mercantilização da etnia e da “alteridade”. Há, juntamente com o impacto do “global”, um novo interesse pelo “local”
A globalização (na forma da especialização flexível e da estratégia de criação de “nichos” de mercado), na verdade, explora a diferenciação local. Assim, ao invés de pensar no global como “substituindo” o local seria mais acurado pensar numa nova articulação entre “o global” e “o local. 

        Num mundo de fronteiras dissolvidas e de continuidade rompidas, as velhas certezas e hierarquias da identidade britânica têm sido postas em questão. Num país que é agora um repositório de culturas africanas e asiáticas, o sentimento do que significa ser britânico nunca mais pode ter a mesma velha confiança e certeza. O que significa ser europeu, num continente colorido não apenas pelas culturas de suas antigas colônias, mas também pelas culturas americanas e agora pelas japonesas? A categoria da identidade não é, ela própria, problemática? É possível, de algum modo, em tempos globais, ter-se um sentimento de identidade coerente e integral? A continuidade e a historicidade da identidade são questionadas pela imediatez e pela intensidade das confrontações culturais globais.
 
    As identidades em um mundo global ficam sem o sentido direcionador de um centro pois surgem de uma diversidade, propostas e resultados de interligações e junções das raças e povos que se encontram em uma unidade de fronteiras e culturas. Mas mesmo assim se desfragmentam e suas verticalizações. 

domingo, 25 de outubro de 2015

A FÍSICA DESCRITA NO LIMIAR DO SECULO XX

ANTES DO SÉCULO XX, a física descrevia com muito sucesso o mundo material tal como o percebemos pela experiência humana cotidiana. As pessoas notaram que o que subia costumava cair, e afinal conseguiram medir com que velocidade ocorriam essa ida e volta. Em 1687, Isaac Newton expôs seu trabalho a respeito da compreensão da realidade do dia a dia sob a forma matemática no livro Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica, que em latim quer dizer “Princípios matemáticos da filosofia natural”. As leis formuladas por Newton eram tão poderosas que foram usadas para calcular com precisão as órbitas da Lua e de planetas distantes. Mas, por volta de 1900, esse ponto de vista límpido e confortável foi abalado. Os cientistas descobriram que, subjacente à imagem cotidiana de Newton, existe uma realidade diferente, uma verdade mais profunda, que agora chamamos de teoria quântica e da relatividade. Os cientistas formulam teorias acerca do mundo físico; nós todos, como seres sociais, formulamos “teorias” pessoais a respeito do nosso mundo social. Essas teorias fazem parte da aventura de participar da sociedade humana. Levam-nos a interpretar o comportamento dos outros, a antever suas ações, tentar prever como conseguir o que desejamos deles e decidir, em última análise, como nos sentimos em relação a eles. Será que podemos confiar neles quanto a dinheiro, saúde, carreira, filhos – e ao nosso coração?

Assim como no mundo físico, também no universo social há uma realidade muito diversa, subjacente àquela que ingenuamente percebemos. A revolução na física ocorreu quando, na virada do século XIX para o XX, novas tecnologias expuseram o comportamento exótico dos átomos e das novas partículas subatômicas então descobertas, como fóton e elétron; de modo análogo, as novas tecnologias da neurociência hoje possibilitam que os cientistas exponham uma realidade mental mais profunda, que esteve escondida durante toda a história prévia da humanidade.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

CONHECENDO SOBRE RNA (ACIDO RIBONUCLÉICO)

O QUE VEM A SER O RNA?

RNA é a sigla para ácido ribonucleico (RNA), que é uma molécula também formada por um açúcar, um grupo fosfato e uma base nitrogenada. O RNA é o responsável pela síntese de proteínas da célula, são geralmente formados em cadeia simples, que podem, por vezes, ser dobrados.

RNA desempenha um papel central na via de DNA para as proteínas, conhecida como o "dogma central" da biologia molecular. Informação genética de um organismo é codificada como uma sequência linear de bases no ADN da célula. Durante o processo conhecido como a transcrição, uma cópia de RNA de um segmento de ADN, ou RNA mensageiro (RNA), é feita. Esta cadeia de RNA pode ser lido por um ribossoma para formar uma proteína. RNAs também desempenham um papel importante na síntese de proteínas, como será discutido na ribozima secção, bem como na regulação de genes

A estrutura de nucleótidos de RNA é muito semelhante ao de nucleidos de DNA, com a principal diferença sendo que a estrutura de açúcar da ribose em RNA tem um grupo hidroxilo (-OH) que o DNA não. Isto dá o seu nome DNA: DNA significa d eoxyribo n ucleic uma cid. Outra diferença é menor que usa o ADN base de timina (T), em substituição de uracilo (U). Apesar dos grandes semelhanças estruturais, DNA e RNA desempenham papéis muito diferentes umas das outras em células modernas.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

PERSONALIDADE E SUAS QUESTÕES NO SER


   Ao falarmos de personalidade, estamos atravessando uma jornada de propostas divergentes em alguns ambitos pessoais e sociais; mas que se convergem no coletivo neuronial das pessoas em suas, reações comportamentais. 
    A questão da personalidade do homem e das suas características físicas  torna-se aguda quando relacionada com a defesa de que uma teoria psicológica da personalidade não pode ser construída prioritariamente com base na diferença na constituição do homem. Na teoria da personalidade, como é possível prescindir das referências usuais à constituição de Sheldon, aos fatores de Eising e, finalmente, aos tipos de Pavlov da atividade nervosa superior? Esta questão também surge a partir dos desvios metodológicos muitas vezes decorrentes da ambigüidade do conceito de "personalidade". Esta ambigüidade, no entanto, desaparece quando adotamos a posição marxista bem conhecida de que a personalidade é uma qualidade particular que um indivíduo natural comanda dentro de um sistema de relações sociais. O problema, então, muda inevitavelmente: as propriedades antropológicas do indivíduo aparecem, não como determinantes da personalidade, ou como parte de sua estrutura, mas como condições da formação da personalidade geneticamente atribuídas e, além disso, como aquilo que determina, não seus traços psicológicos, mas apenas a forma e o meio de sua expressão. Por exemplo, a agressividade como um traço da personalidade irá, naturalmente, se manifestar numa pessoa colérica de forma diferente daquela manifesta em uma pessoa fleumática, porém, explicar a agressividade como uma propriedade do temperamento é tão absurdo cientificamente, quanto procurar uma explicação das guerras no instinto para a pugnacidade natural às pessoas. Assim sendo, o problema do temperamento, as propriedades do sistema nervoso etc. não são "banidos" da teoria da personalidade, mas aparecem de um modo diferente e não convencional,

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

LACAN O INCONSCIENTE E A PERCEPÇÃO

   Os fenômenos perceptivos e sua estrutura merecem um trabalho extremamente preciso, minucioso, pois são uma das peças principais de qualquer concepção do que é chamado de objetividade.
   A questão da percepção e de seus distúrbios atravessou séculos de filosofia, evidentemente com transformações, sobretudo com a grande guinada que foi o surgimento da ciência  a verdadeira, a física, a qual, no dizer de Lacan, cortou todas as amarras com o problema da percepção. A partir do aparecimento da ciência, a questão da percepção refugiou-se nas chamadas ciências humanas, especialmente a psicologia e a psiquiatria sem esquecer, é claro, as ciências do organismo e, em particular, as neurociências. Nossa questão é saber em que medida os problemas da percepção dizem respeito ao psicanalista. Seria mais compreensível serem da alçada do psiquiatra, porque, no fundo, este lida com o que a consciência comum continua a chamar de “o louco”, e o próprio Lacan não hesitava em chamá-lo dessa maneira.O louco é justamente alguém que vê, escuta e acredita em coisas que todos os outros, os supostos não-loucos, estão prontos a dizer que não existem, porque eles não as vêem, não as escutam e não acreditam nelas. Nesse sentido, evidentemente, a existência do louco não deixa de ser o que quase poderíamos chamar de um insulto, ou, pelo menos, um questionamento do que Merleau-Ponty chamou, em O visível e o invisível,

terça-feira, 14 de julho de 2015

O CONDUZIR DO CONSCIENTE E INCONSCIENTE NO SER.

        Indo em uma perspectiva que visualiza o inter e transdisciplinar na ação educativa, podemos perceber e defender que a  experiência no campo da psicologia analítica nos tem mostrado abundantemente que o consciente e o inconsciente raramente estão de acordo no que se refere a seus conteúdos e tendências. Esta falta de paralelismo, como nos ensina a experiência, não é meramente acidental ou sem propósito, mas se deve ao fato de que o inconsciente se comporta de maneira compensatória ou complementar em relação à consciência. Podemos inverter a formulação e dizer que a consciência se comporta de maneira compensatória com relação ao inconsciente.

      Com estas propostas e argumentações  que a definem, podemos acrescentar que  a razão desta relação é que: Os conteúdos do inconsciente possuem um valor liminar, de sorte que todos os elementos por demais débeis permanecem no inconsciente: A consciência, devido a suas funções dirigidas, exerce uma inibição (que Freud chama de censura) sobre todo o material incompatível, em conseqüência do que, este material incompatível mergulha no inconsciente; a consciência é um processo momentâneo de adaptação, ao passo que o inconsciente contém não só todo o material esquecido do passado individual, mas todos os traços funcionais herdados que constituem a estrutura do espírito humano e  o inconsciente contém todas as combinações da fantasia que ainda não ultrapassaram a intensidade liminar e, com o correr do tempo e em circunstâncias favoráveis, entrarão no campo luminoso da consciência. Assim podemos A natureza determinada e dirigida da consciência é uma aquisição extremamente importante que custou à humanidade os mais pesados sacrifícios, mas que, por seu lado, prestou o mais alto serviço à humanidade. Sem ela a Ciência, a técnica e a civilização seriam simplesmente impossíveis, porque todas elas pressupõem persistência, regularidade e intencionalidade fidedignas do processo psíquico. Portanto precisamos concluir que as ações e reações conscientes geridas e absorvidas no consciente do Ser, são as realidades que nos mapeiam em nossa convivência terrena e social. 

domingo, 14 de junho de 2015

A FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL E O PSICODRAMA

A fenomenologia existencial está intrínseca, no psicodrama, sendo fenomênico por que vai avaliar e analisar o Ser na descoberta de si mesmo; (Ramalho,2010) considerando sobre o psicodrama diz: “O psicodrama busca fazer o indivíduo alcançar uma existência autentica, espontânea e criativa”. Assim o Ser é conduzido a espontaneidade, pois é isto que promove a arte em sua sociabilização, mas além da arte os seus contatos irão lhe indicar realidades naturais, pois é o próprio Ser em seu convívio consigo mesmo e com as projeções do ambiente que o circundeia; a arte tem este papel central como Moreno indica no psicodrama, por despertar a sensibilidade, que é promotora da criatividade que é um fruto espontâneo do indivíduo.   Com esta realidade, o indivíduo é descoberto em sua existência, revelando seus potenciais e características de sua personalidade.
      Em Moreno, a espontaneidade e a criatividade serão inatas no Ser humano, considerando essas duas reações do Ser, a espontaneidade é a capacidade que o indivíduo tem de agir, revelando sua participação em seus contatos com o ambiente físico e social ao qual convive. Já a criatividade é a disponibilidade ao ato criador, revelando o indivíduo como um Ser que constrói realidades a partir do que faz surgir com suas ações criativas no universo onde intervém e participa.

      Concluindo o psicodrama, defende que o Ser é participativo e interativo, não está isolado, mas ativo no processo da comunicação, criando e recriando através de suas intervenções espontâneas, em seus convívios sociais, que são sensíveis a tudo que lhe influencia e promove, como um existente. Assim surge a originalidade em tudo que o indivíduo cria, seja através da arte ou da ciência, seja empírico ou técnico. Pois a ciência em suas teorias e hipóteses, depende da sensibilidade do ser e de suas deduções naturais e espontâneas sobre as realidades ao qual está convivendo, logo avaliando.