AO INICIAR AS POSTAGENS DE 2014 VOU ME DIRECIONAR PARA
FILOSOFIA
AS ORIGENS DO PENSAMENTO ÉTICO. P/1
Ao repensarmos sobre a ética nas suas
origens filosóficas podemos dizer que hoje
em dia, pensadores inspirados por Marx, mas que conhecem bem toda a tradição
alemã, preferem falar, como J. Habermas, de duas diferentes dimensões do
agir humano. Além da atividade teórica, o homem teria não só uma atividade
técnica, representada pelo trabalho produtivo, mas também uma atividade
propriamente prática (no sentido grego, e portanto ética), representada pelo
amor, por ideais de comunicação e por valores como a fraternidade entre os
homens. Assim, o problema do capitalismo, por exemplo, teria de ser reestudado,
para vermos como aí predomina a dimensão técnica sobre a dimensão ética, e para
descobrirmos uma alternativa realmente diferente. S. Kierkegaard (1813-1855),
pensador dinamarquês e grande admirador dos gregos, especialmente de Sócrates,
é o responsável pela outra grande contribuição para as pesquisas no terreno da
ética.
Confrontando o pensamento grego antigo
com o cristão, Kierkegaard percebeu que para os gregos o pecado seria
apenas ignorância. Para Sócrates e Platão, diz ele, o problema ético
era, no fundo, um problema da teoria: a única coisa importante para o homem
seria "conhecer o bem", porque daí se seguiria necessariamente um
"agir bem". Os gregos não compreendiam, então, que se pudesse fazer o
mal, conhecendo o bem; de modo que o homem mau seria sempre (apenas) um
ignorante, que poderia e deveria ser curado pela filosofia.
Assim a filosofia seria uma
direcionadora e orientadora do ser, dentro de suas percepções e ações agindo no
seu interior e moldando seu exterior.
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