Continuando a refletir e argumentar
sobre a ética, quero me dirigir a forma de agirmos, concernente a nossa
natureza. O agir da acordo com a nossa
natureza, em Kant, é portanto bem diferente dos ideais aparentemente paralelos dos
gregos (estoicos e outros), dos medievais e de um Rousseau. Para os gregos,
isto significava uma certa harmonia passiva com o cosmos.
Para o medieval, significava uma obediência pessoal ao Criador da
natureza. Para Rousseau significava um agir de forma mais primitiva. Mas para
Kant, a natureza humana é uma natureza racional, o que equivale a dizer que a
natureza nos fez livres, mas com
isso não nos disse o que fazer, concretamente. Sendo o homem um ser natural,
mas naturalmente livre, isto é, destinado pela natureza à liberdade, ele deve
desenvolver esta liberdade através da mediação de sua capacidade
racional.
Mas se a natureza nos quer livres e não nos diz como devemos agir, então
precisamos consultar a nossa consciência individual. Ora, para não cairmos
Num subjetivismo
irracional, pois arbitrário, não-universal, temos de supor que todos os homens
são estruturalmente iguais. Cada indivíduo, ao agir de acordo com sua
consciência ilustrada, educada da melhor maneira possível, ao agir refletidamente como legislador universal,
age de uma maneira universal, embora subjetiva, pois as decisões que toma são aquelas
que deveriam ser válidas e vigentes para todos os indivíduos conscientes,
racionais e livres.
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