A história nos remete a um período em que a educação
e o acesso à escola só pertencia à burguesia, mesmo que a lei assegurasse o
direito à educação como sendo de todos. Paiva destaca: “A constituição
outorgada em 1824 estabelecia em seu artigo 179, alínea 32, agratuidade da
instrução primária para todos os cidadãos. (Paiva, 2003, p.71).
A desigualdade do avanço e oportunidades de escolas
e ingresso das camadas populares na escola era relevante neste período, sendo
lamentável durante aproximadamente algumas décadas. No ano de 1879 surge uma oportunidade de
abertura, atravésda reforma de Leôncio de Carvalho, iniciando a educação de
adultos que estavam excluídos do contexto escolar. A grande parte destes
cidadãos descriminados na sociedade, pois a maioria pertence às classes baixas,
consideradas plebe. Sobre esta reforma
Paiva ira dizer o seguinte:
A reforma
Leôncio de Carvalho enfatizava ade promover a criação de cursos elementares
noturnos; estava em discussão a Lei Saraiva e a ênfase sobre a educação dos
adultos ligava-se á reforma eleitoral, para cujo êxito poderosamente
contribuirá o desenvolvimento da instrução popular, pois se tornava a eleição
direta e introduzia-se a restrição ao voto do analfabeto. (Paiva, 2003, p.81).
Percebe-se que uma luz estava brilhando, para
iluminar os caminhos da educação popular no Brasil, mas muitos adultos se
encontravam distantes da realidade escolar. Os entraves continuavam a existir,
vindo em muitas regiões não ter oportunidade esta modalidade de ensino, de ser
efetivada. Até que em 1947 um passo mais amplo é dado, surgindo novas esperanças
para a população. Surgi a efetivação da FNEP, como nos informa Paiva: “Com a
efetivação da FNEP, a educação dos adultos ganhou autonomia em relação
aeducação popular, (enquanto educação elementar), dispondo de recursos próprios
para se desenvolver”.(Paiva, 2003, p.151).
Iniciava-se uma solidificação desta modalidade,
tendosituações adversas, para causar alguns impedimentos, mas o progresso
apontava em varias áreas da sociedade, o que promovia esta oportunidade de instrução
desta camada da população, denominados carentes.
Quando surge o período da industrialização, que necessitava
capacitar os trabalhadores que iriam ingressar nas indústrias e aqueles que lá
já se encontravam; a saída era prover uma formação técnica, ocasionando assim a
criação do SENAI (Serviço Nacional de aprendizagem industrial). Oferecendo as empresas a oportunidade de
aperfeiçoar o trabalhador em áreas profissionais especificas através de cursos
técnicos de capacitação. Sendo uma oportunidade de ingresso a formação para
jovens e adultos, tornando-se uma abertura para a EJA.
Nasce em 1971
o ensino supletivo vindo a contemplar os jovens e adultos, como nos indica
Friedrich, Benite e Pereira no artigo Trajetória da escolarização dejovens e
adultos no Brasil:
Em 1971 A LEI
Nº. 5.692 (BRASIL, 1971) regulamenta ensino supletivo (esse grande ensino visa
contemplar os jovens adultos) como proposta de reposição de escolaridade,
comoaperfeiçoamento, e qualificação sinalizando para a profissionalização, foramcontemplados
com um capítulo específico na legislação oficial. (FRIEDRICH, BENITE E
PEREIRA;2010, P.397).
Esta
descentralização concederia a vários municípios, oportunidade de muitos jovens
e adultos, que ainda não tinham sido alfabetizados serem ingressos ao
transcurso escolar em uma modalidade com metodologias, currículos e conteúdo
que comtemplavam suas carências.
A
década de 90 foi favorável a EJA, algumas iniciativas surgiram que concederam
este impulso, como a criação do PNAC (Programa Nacional de Alfabetização e
Cidadania), congressos como o da UNESCO que em 1997 tratou em um momento sobre
a educação de adultos e a aprovação da lei 9394/96 possuindo um capítulo
tratando sobre a EJA, que estaremos neste trabalho analisando detalhadamente.
Com a chegada do novo milênio, nos anos 2003 a 2006 o governo Lula, dimensionar
a EJA, como vemos no artigo, escrito
por Friedrich, Benite e Pereira:
O governo do
então presidente Luiz Inácio Lulada Silva (2003 a 2006),sinalizou com
iniciativas para as políticas públicas de EJA com maior ênfase do que o
tratamento de governos anteriores. A criação do programa Brasilalfabetizado
envolveu concomitantemente a geração de suas três vertentes de
caráterprimordialmente social para a modalidade deEJA. Primeiro, o projeto
escola de fábrica que oferece cursos de formação profissional com
duração mínima de 600h para jovens de 15 a 21 anos.(Friedrich, Benite e
Pereira, 2010, p. 401) .
Esta iniciativa proposta pelo ex- presidente Lula,
concede a EJA, novos horizontes, onde é incluído a esta modalidade de ensino, o
ensino técnico e profissionalizante, para que estes jovens e adultos
frequentadores da EJA tenham uma maior oportunidade no mercado de trabalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário