A pedagogia radical surgiu com todo o vigor como
parte da nova sociologia da educação na Inglaterra e nos Estados Unidos há mais
de uma década, e como resposta crítica ao que pode ser chamado de maneira geral
de ideologia da prática educacional tradicional. Preocupada com o imperativo de questionar a
suposição dominante de que as escolas são o principal mecanismo para o
desenvolvimento de uma ordem social democrática e igualitária, a teoria
educacional crítica determinou-se a desvelar como a dominação e a opressão são
produzidas dentro dos diversos mecanismos de escolarização. Em vez de aceitarem
a noção de que as escolas são veículos de democracia e mobilidade social, os
críticos educacionais problematizam tal suposição. Sendo assim, sua principal
tarefa política e ideológica é desvelar como as escolas reproduzem a lógica do
capital através das formas materiais e ideológicas de privilégio e dominação
que estruturam as vidas e crie estudantes de diversas classes, gêneros e etnias. Os
críticos radicais, de modo geral, concordam que os tradicionalistas educacionais
geralmente recusam-se a interrogar a natureza política do ensine público. Na
verdade, os tradicionalistas fugiram totalmente da questão através da tentativa
paradoxal de despolitizar a linguagem do ensino e ao mesmo tempo reproduzir e
legitimar as ideologias capitalistas.
A expressão mais óbvia desta visão pode
ser vista no discurso positivista que definia e ainda define a política e
pesquisa educacional predominante, e que ter como preocupações mais importantes
o domínio de técnicas pedagógicas e a transmissão de conhecimento instrumental
para a sociedade existente. Na visão de mundo dos tradicionalistas, as escolas
são simplesmente locais de instrução. Ignora-se que as escolas são também
locais políticos e culturais, assim como a noção de que elas representam áreas
de acomodação contestação entre grupos econômicos e culturais diferencialmente
fortalecimentos no ponto de
vista da teoria educacional crítica, os tradicionalistas omitem
importantes questões referentes às relações entre conhecimento, poder e
dominação. A
partir dessa análise surgiram uma nova linguagem teórica e tipo de crítica que
argumentam que as escolas não oferecem oportunidades dentro da ampla tradição humanista ocidental para
fortalecimento do self e do social na sociedade como um todo. Em oposição
à posição tradicionalista, os críticos esquerdistas oferecem argumentos teóricos
e evidências empíricas para sugerir que as escolas são, na verdade, agências de
reprodução social, econômica e cultural. Na melhor das hipóteses, a escola pública oferece mobilidade
individual limitada aos membros da classe trabalhadora e outros grupos oprimidos, mas é um poderoso instrumento para
a reprodução das relações capitalistas de produção e ideologias legitimadoras
dominantes dos grupos governantes.
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