O
desmoronamento dos valores supremos não significa a imposição de novos valores
estáveis, “a liquidação dos valores supremos também não é o estabelecimento ou restabelecimento de uma situação de ‘valor’ no sentido forte; não é uma
reapropriação, porque o que se tornou supérfluo é, precisamente, qualquer
‘próprio’ (inclusive no sentido semântico do termo estável). ‘O mundo
verdadeiro tornou-se uma fábula’, escreve Nietzsche no Crepúsculo dos Ídolos.
Não, porém, o ‘pretenso’ mundo verdadeiro, mas o mundo verdadeiro tout court.
E, se Nietzsche também acrescenta que, desse modo, a fábula não mais o é porque
não há verdade alguma que a desvende como aparência e ilusão, a noção de fábula
não perde em absoluto o seu sentido. De fato, ela proíbe atribuir às aparências
que a compõem a força coercitiva que pertencia ao ontos on metafísico”. Com
a desconstrução do mundo verdadeiro a fábula não pode fazer as vezes de verdade
pois seria voltar a metafísica. Os valores são considerados norteadores, porém
o mundo os conduz em suas concepções e
deduções. Mas se os valores supremos
estão se esvaindo e outros vão renascendo, são sem um teor de equalização não
das deduções ouvidas por aqueles que percorrem o mundo, mas sim por todos que
possuem propostas construtoras de novas possibilidades do que podemos acreditar
ou defender; vindo assim a tornar-se um valor e uma regra. Mas os valores
supremos ainda existem e possuem um verdadeiro sentido para todas as existências
sobre a terra. Assim estamos sobrevivendo e esperamos mais um momento nas
visibilidades pós modernas.
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