É importante
também ressaltar que a escola, ao reforçar a lógica maniqueísta da
sociedade, apresenta-se como um espaço de negação humana. Levando,
assim, àquele que se encontra aquém do padrão imposto socialmente a se
padronizar, como se quem foge à regra fosse uma ameaça aos outros
indivíduos. Na tentativa de combater as diversas formas que a violência se
configura no âmbito escolar, faz-se necessária a experiência com os alunos
que apresentam deficiência. Sendo assim, o professor se permitirá
na escola conhecer as diferenças dos alunos ao compartilhar experiências
nas salas de aula e, consequentemente, desenvolver a consciência crítica
sobre as contradições das relações sociais também presentes no cotidiano
escolar. Outro fator importante na inclusão de alunos com deficiência na
escola pública é a oportunidade do convívio com colegas sem deficiência,
fazendo com que se percebam indivíduos capazes de desenvolver suas
dimensões social, psíquica, biológica e laboral. Então, devem ser
oferecidos os meios para a organização da escola democrática com vistas à
aprendizagem que tenha como eixo norteador a experiência entre as
subjetividades, ou seja, professores e alunos, com/sem deficiência,
aprendendo juntos.Portanto, cabe questionar quanto à formação de professores
para a inclusão escolar: como é possível pensar uma educação que se volte
às diferenças físicas, cognitivas, e sensoriais dos alunos se seu enfoque
é na homogeneização? Como pensar uma educação inclusiva sem reconhecer as
diferenças dos alunos como sendo parte de sua subjetividade? E como pensar
uma sociedade democrática com a manutenção de escolas cindidas entre
regulares e especiais? No enfrentamento de tais indagações, Adorno (2000)
apresenta como alternativa pensar a formação do indivíduo para além da
adaptação e reprodução da sociedade de classes e para a desbarbarização da
escola pela educação na busca da superação dos modelos sociais,
educacionais e pedagógicos homogeneizadores. Quanto a isso, Crochík (2009,
p. 23) remete-se ao referido autor, afirmando “[...] Adorno propõe que a
educação vise à autonomia, à emancipação. Assim, é necessário que se volte
às contradições sociais e não tentar negar sua existência; para isso deve,
sobretudo, ser uma educação política.” Isso implica pensar a escola, como
local de formação de seres críticos e pensantes, ou seja, capazes de se
contrapor às tentativas de manipulação e dominação imposta pela sociedade
de classes aos indivíduos, mesmo considerando-se ainda não ser possível
negar a lógica capitalista, mas com possibilidades de problematizá-la e
enfrentá-la com a concepção democrática de educação.
colocar creditos da autora por favor
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